Um Orçamento nada Secreto, e que também beneficiou de petista a aliados próximos de Danilo Cabral

Por Renata Gondim – O chamado Orçamento Secreto, que virou arma eleitoral da Frente Popular na disputa ao Governo do Estado contra a adversária do Solidariedade, Marília Arraes, de secreto não tem nada. Basta um click no site sindorc.camara.leg.br para que qualquer cidadão tenha acesso não apenas aos nomes dos parlamentares, mas de todas as pessoas físicas e jurídicas que cadastraram indicações orçamentárias.

O método para angariar verbas para viabilizar obras em municípios e ações para instituições foi usado também por petista e aliados bem próximos ao candidato Danilo Cabral (PSB). Enquanto Marília Arraes cadastrou R$ 3,6 milhões em emendas, que até o momento não foram aprovadas, parlamentares da própria Frente Popular ultrapassaram, e muito, este montante em suas solicitações.

Deputados da base do PSB estão com suas indicações ao acesso de todos: Milton Coelho, Gonzaga Patriota, Fernando Monteiro, Tadeu Alencar e Felipe Carreras. Este último, as solicitações de verba são superiores a R$ 100 milhões. O deputado Silvio Costa Filho (Republicanos), filho do primeiro suplente ao Senado na chapa de Danilo, o ex-deputado Silvio Costa, também aparece na lista do portal da transparência do dito “Orçamento Secreto”.

Já o petista Carlos Veras (PT) chegou a indicar mais de R$ 18 milhões. Mas o campeão do PT em emendas, de acordo com matéria do Correio Braziliense, seria o senador Humberto Costa, com R$ 27 milhões no “esquema” que ele e seus aliados chamam de “safadeza”.

O recurso também é acessível aos prefeitos, que podem indicar suas demandas sem, necessariamente, depender de um parlamentar para efetivá-las no sistema. Foi assim que as prefeitas de Serra Talhada – líder do PT no Sertão – Márcia Conrado, e de Surubim – terra natal de Danilo – Ana Célia Cabral de Farias, solicitaram verbas para fundos municipais.

Não cabe aqui sequer questionar se Marília e todos os outros agiram de forma ilícita. Porque errado mesmo seria um parlamentar ou um gestor público se omitir da obrigação de solicitar recursos na tentativa de garantir melhorias para a população. E vale destacar que, uma coisa é indicar, outra é o recurso ser efetivado. Danilo Cabral, como ex-líder do PSB no Congresso, sabe bem disso.

Em uma rápida pesquisa no portal, tendo como base os primeiros meses de 2022, observamos os seguintes montantes em solicitação de recursos:

Deputado Felipe Carreras (PSB) – R$ 103 milhões
Deputado Eduardo da Fonte (PP) – R$ 32 milhões
Deputado Gonzaga Patriota (PSB) – R$ 23 milhões
Deputado Fernando Monteiro (PSB) – R$ 20 milhões
Deputado Carlos Veras (PT) – R$ 18 milhões
Deputado Silvio Costa Filho (Republicanos) – R$ 14 milhões
Prefeita Márcia Conrado (Serra Talhada – PT) – R$ 12,7 milhões
Deputado Tadeu Alencar (PSB) – R$ 1,6 milhão
Prefeita Ana Célia Cabral (Surubim) – R$ 1,4 milhão

Estes números são muito maiores se levarmos em consideração o início de demandas de verbas pelo sistema.

Assim sendo, parece que estamos diante de uma estratégia eleitoral incoerente, “fofa”, e fácil de ser desmentida. Não se pode dizer que o adversário errou cometendo a mesma prática – lícita e transparente – de seus aliados. Ou será que a Frente Popular irá julgar a todos igualmente?

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